sábado, 21 de outubro de 2017

Estou de volta


Boa noite,

Quase cinco meses sem escrever, é bem verdade que hoje entro menos no blogger, tenho que confessar que as vezes fico um pouco triste com os depoimentos, o psicológico acaba um pouco abalado. Me desculpem por essa fraqueza, mas sou humana cheia de falhas.

As coisas nesses meses não mudaram muito, crises recorrentes, mas levando minha vida, sem me desesperar mas sem saber direito o que o futuro me reserva. Já falei no inicio que tenho Herpes tipo 1 e 2. Nos lábios nunca tive lesões perceptíveis por outras pessoas, sinto dor, coceira, sei quando estou em crise, e parece que a tipo 1 acorda a tipo 2, normalmente entro na crise das duas ao mesmo tempo e isso vocês podem imaginar que é bem complicado.

Bom, ainda estou com a pessoa que falei em maio, porém dessa vez não falei sobre a doença, não tive coragem, nunca transamos sem camisinha e eu nunca deixei ele fazer sexo oral em mim, e para ser sincera eu sempre fico angustiada, sempre espero 15 dias depois de uma relação para saber se ele desenvolveu algum sintoma e sempre é um tormento na minha vida, qualquer dor de cabeça que ele sente, qualquer mal estar eu já fico louca achando que pode ser alguma coisa relacionada a doença. Até agora as coisas estão bem, mas já pensei mil vezes em desistir, deixar ele seguir a vida dele, afinal não é justo com ele, mas também não seria justo comigo, afinal de contas eu sempre me pergunto: Então por causa da Herpes eu não posso ser feliz com alguém? É tão bom se sentir desejada, tão bom sentir prazer com alguém que você gosta, então sempre desisto de colocar um ponto final, mas sempre muito cuidadosa com ele também.

Gostaria de saber mais de histórias que deram certo, pessoas que hoje estão felizes com seus parceiros, histórias que possam me fazer acreditar que ainda tenho muito o que viver pela frente. Mas agradeço a cada um que deixa seu depoimento aqui, sendo ele alegre ou não, vocês tornam minha vida melhor. Obrigada!

Fiquem bem,

Maria Flor

sábado, 27 de maio de 2017

Relacionamentos


Faz um tempinho que não escrevo não é mesmo? Mas acompanho normalmente os comentários de vocês e quando consigo os e-mails também.  Gente acho que o tempo vai passando e estou ficando mais receosa com a Herpes. Eu já me relacionei algumas vezes depois do diagnóstico, sempre usei preservativo, com isso tento desencanar e relaxar, tentando me dar a chance de recomeçar. O fato é que agora estou com uma pessoas mas muito insegura, medo de que de alguma forma eu possa transmitir o vírus para ele. Eu tenho crises recorrentes, mesmo investigando e sem nenhum outro fator que possa justificar isso não consigo passar muito tempo sem lesões, sinto muita dor no nervo ciático, e mesmo usando camisinha sempre acabo ficando insegura. Mas também não chego a ficar tão infeliz quanto alguns relatos que vejo no Blog, sério gente isso não deve fazer bem a vocês.

Quanto somos mais jovens acho que somos mais corajosos, mais inconsequentes talvez, aí o tempo passa e você vai pesando os riscos de cada ação, eu não sei como eu ficaria caso eu chegue um dia a passar Herpes para alguém, por mais que eu seja precavida, tomo todos os cuidados, mesmo assim, sei que existe algum risco e isso me faz ficar com receio de levar essa relação a frente, é como se eu tentasse proteger a pessoa de mim mesma.

O pior é que tudo isso vai meio contra o que eu penso por que sei que não devemos nos privar de continuar tentando ter uma vida normal. Temos que nos dar uma chance, tempo que namorar, transar, nos relacionar, pois nossa vida vai continuar mesmo que a gente tenha Herpes.

Mas o fato é que é difícil, são poucos os relatos de pessoas que conseguiram levar a vida normalmente depois de ter contraído o vírus e isso algumas vezes me deixa realmente triste.

Bom, vou levando essa relação adiante, tentando ser feliz, e desejando do fundo do coração que cada um de vocês também consiga superar seus medos e inseguranças, como eu digo as vezes: Existe sim vida após Herpes. Fique todos bem. Beijos


Maria Flor

sábado, 4 de março de 2017

A vida segue!


Boa Noite,

Como passo normalmente um tempo razoável sem escrever postagens novas eu sempre tento participar dos comentários de vocês, e confesso que sempre me chama atenção aqueles comentários onde a pessoa se mostra desesperada por conta do Herpes. Gente eu tenho 37 anos, eu chego a ter até 03 crises de no mês, tipo as vezes eu acho que passo mais tempo em crise do que fora dela (não tenho problema com imunidade, mas meu organismo não reage bem diante do vírus e olhe que já tentei vários medicamentos para tentar inibir novas crises), sinto dor no nervo ciático, apesar disso já ter melhorado consideravelmente, eu não tenho filhos e nem casei e mesmo com todas essas questões hoje de alguma forma teto deixar minha mente equilibrada, não falo que a doença não me entristece porém não me faz mais ficar desesperada, eu tive que ”aprender” a viver com essa doença pois minha vida vai além disso.

Muita coisa mudou na minha vida após a descoberta desse diagnóstico, eu me privo de algumas coisas para evitar trazer riscos para alguém, porém eu também já fiz muitas coisas, já tive relacionamentos, gente por favor acreditem: a vida de vocês irá continuar então seria melhor vocês se aceitarem e aproveitarem o que a vida ainda tem para oferecer certo?

Como nem sempre posso dar alguma resposta imediata vou responder algumas perguntas que vocês fizeram:

1.       Estou na minha segunda crise o que eu faço?

Primeiro o que eu aconselho é que a pessoa busque orientação médica, para que juntos  possam traçar um plano de tratamento durante as crises e os cuidados quando o vírus não estiver ativo. O que funciona para um pode não funcionar para o outro, além da medicação também temos que evitar certos alimentos como aqueles ricos em Arginina, temos que evitar bebida alcoólica e cuidar principalmente do fator psicológico.

2.       A quem contar sobre a doença?

Gente esse é um assunto muito intimo, eu de amigas só contei para uma, e para alguém que me relacionei. Tipo se você acabou de conhecer alguém não precisa ir logo falando, você tem que vê se a relação irá perdurar e também saber como falar, é algo que necessita de muita confiança. Não precisa falar para colegas de trabalho e nem para a família (caso não queira), na minha casa ninguém sabe e para ser sincera não pretendo falar para eles.

3.       E minha vida sexual como fica?

Eu sempre gostei muito de sexo, apesar de algumas inibições sempre fui tranquila em relação a isso. Amava sexo oral, tanto de fazer quando receber. Depois de ter Herpes tive que me adequar. Primeiro nunca transei sem camisinha depois da doença, em nenhum momento deixo acontecer a penetração sem estar protegida, isso é para proteger a pessoa. Nesses quase dois anos só me senti pronta para receber sexo oral uma vez, e diga-se de passagem que foi ótimo, mas evito pois como tenho muitas crises não quero fazer com que meu parceiro corra riscos. Eu já comentei em algum lugar do blog também que a possibilidade de transmitirmos Herpes usando camisinha é muito pequena (eu sei que existe) então eu sou tranquila em relação a isso.
     4.    Herpes tem cura?
Infelizmente até esse momento não existe cura para Herpes, os tratamentos atuais podem nos dar mais qualidade de vida, podemos reforçar nosso sistema imunológico para evitar a  reincidência, porém não temos nada que seja definitivo sobre o assunto. Então não acreditem em tudo que existe na internet ok?


Bom, eu espero ter ajudado em alguma coisa, eu só quero que todos aqui fiquem bem e que não deixe essa doença dominar a vida pois tenho certeza que coisas boas também vão acontecer.
Maria Flor
mariaflor231@gmail.com

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Sejam Felizes


Boa Noite,

Passei algum tempo sem escrever no Blog, mas como já disse outras vezes todos os dias entro nesse espaço e acompanho todos os comentários feitos. Um hoje me chamou atenção, pois a pessoa abordou um tema que eu já vinha pensando falar há algum tempo, ela fala do quanto o fator psicológico influência nossas vidas despois do diagnóstico de Herpes. Gente são muitos os relatos tristes, de pessoas que perderam a fé na vida, no amor, quantas pessoas já escreveram aqui mesmo que sentem “sujas”, inferiores, que a tristeza domina todos os seus pensamentos. Eu sei na pele o quanto tudo isso é complicado, eu também fiquei abalada quando me vi com Herpes no momento em que eu achava que tinha encontrado o homem da minha vida, eu sofri muitooo, porém em nenhum momento eu me senti suja, diminuída ou menos importante do que outras pessoas. O que eu sempre tive em mente é que eu também tive alguma responsabilidade em ter sido contaminada pois eu transei sem camisinha, então eu acho que mesmo sendo um relacionamento estável eu assumi essa responsabilidade, mas, apesar disso eu acho que ninguém esta acima de mim, ninguém é melhor do que eu e nem pior. Eu sei das minhas qualidades e dos meus defeitos também que não são poucos, mas eu acho que todos nós devemos nos valorizar. As vezes leio: “Eu contei ao meu namorado e ele me deixou”, acredito que se essa pessoa não continuou ao seu lado então a relação não era verdadeira, pois se meu ex-namorado tivesse me falado a verdade, tivesse proposto o uso de camisinha no inicio do namoro, eu teria aceitado numa boa, gostava demais dele para deixar de viver ao seu lado por conta dessa doença.

O que eu quero que vocês todos entendam é que vocês não são melhores e nem piores do que ninguém. Que a Herpes esta aí, é mais comum do que imaginamos, ou vocês acham que todos os portadores estão solteiros, sem filhos, trancados dentro de casa se lamentando? Eu acho sinceramente que não. Acho que existe vida pós herpes, eu mesma em dois anos já vivi muita coisa (com responsabilidade, SEMPRE com camisinha). Quero que vocês comecem a repensar sobre isso, quero que cada um seja um pouquinho mais feliz do que já são, quero que esse espaço seja útil para haver uma troca de experiências e não só um muro de lamentações.

Sei que esse assunto foge um pouco de certas temáticas, mas o fator psicológico também é primordial, o stress é um gatilho para novas crises, então acredito que se aprendermos viver e aceitar nossa condição tudo dará certo.

Um feliz 2017 para cada um de vocês, desejo realmente que cada um tenha mais saúde e paz nesse ano. Desejo do fundo do meu coração felicidade a cada leitos e que cada um consiga realizar aquele sonho que mais deseja. Obrigada por cada comentário, e-mail ou só visualização mesmo, eu não sei porque mais o blog esta sendo muito visitado por pessoas de outros países também, isso é bem legal.

Beijos e até a próxima.

Maria Flor
mariaflor231@gmail.com