terça-feira, 11 de outubro de 2016

O vírus e eu!

Boa Noite,

Acho que nunca contei aqui como o vírus da Herpes tipo 2 entrou na minha vida. Tenho 37 anos, não tenho filhos, e ano passado achei ter encontrado o homem da minha vida. Foi um inicio de namoro daqueles que te fazem querer envelhecer com a pessoa. Ele tinha seus defeitos mas que se tornavam tão pequenos diante de tantas qualidades, não foi uma relação longa, mas muito intensa, aquela que a pessoa conhece sua família, fizemos viagens, sonhos, de certa forma moramos juntos (morávamos em cidades diferente mas passávamos os finais de semana juntos na casa dele), ele havia saído de uma relação prolongada e eu fui meio que sua válvula de escape naquele momento. Como a grande maioria das pessoas faz quando as relações se tornam “estáveis” não usamos camisinha nas nossas relações sexuais quando a relação passou a ter alguns meses, o fato que uma noite dessas resolvi lhe fazer uma surpresa, viajei no meio da semana para encontra-lo e como todo casal quando fomos “namorar” ele se mostrou incomodado, sentiu dor num certo momento, e quando terminamos ele me mostrou uma certa lesão no pênis, achei estranho, por ser da área da saúde, ali me acendeu aquela sensação de que havia algo errado porém talvez numa forma de me enganar, resolvi esperar e acreditar que eu estava enganada. Bom, o fato é que exatamente após 15 dias, na hora do banho eu senti uma ardência numa parte da minha vagina, ali eu tive certeza, isso era Herpes. Nos dias seguintes, senti muito mal estar, náuseas, febril, dores nas pernas, meu organismo não reconhecia aquele vírus. Procurei o infectologista e confirmamos as minhas suspeitas, na verdade todos os médicos que procurei tentaram minimizar a doença, aquela história que mais de 90% da população já tiveram algum contato com o vírus, que é mais comum do que se pensa, essas coisas que muito de nós já ouviu. Sim, voltando ao namoro, eu não tive coragem de falar assim que eu confirmei o diagnostico, e eu via o meu namorado se afastar de mim, mais frio, mais distante, e em menos de um mês da minha contaminação ele me passou um whatsapp me falando que se enganou, que não estava apaixonado por mim e que gostaria de terminar o namoro. Foi a coisa mais sofrida que já vivi, eu não sabia direito como sair do fundo do poço, eu não tive a chance de conversar pessoalmente, eu não tive a chance de falar que aquela bolinha que ele apresentou a umas semanas atrás trouxeram algo para a minha vida que a marcaria para sempre. E o estranho é que ele pouco tempo depois assumiu uma nova relação na qual está até hoje. Eu tinha tantas perguntas e eu fiquei sem nenhuma resposta. Ele nunca me pediu desculpas, ele nunca me explicou nada, isso já está com quase 01 ano e meio. Foi o termino mais difícil da minha vida. Fui para a terapia, mas como mudei de cidade por conta do trabalho acabei abandonando as sessões. Perdi o contato com ele, apaguei o numero do telefone, e há poucos dias excluí da minha rede social. Eu sempre senti como se nós devêssemos uma ultima conversa um ao outro.
E foi assim gente que a Herpes entrou na minha vida e de certa forma mudou seu ritmo para sempre. Minha relação que compartilhei com vocês e que estava com seis meses acabou. Por nenhum motivo relacionado à minha condição de saúde, acabou por outros motivos que eu não gostaria de expor aqui. Foi a primeira pessoa que eu me interessei, gostei e tenho um carinho gigante, ele me mostrou várias coisas que eu havia esquecido e me sinto agradecida pelo o que compartilhamos. Agora é dar um tempo para minha alma, mente e principalmente para o meu coração.
Fiquem bem queridos, me ajuda muito saber que vocês estão aí. Beijos em cada um.

Maria Flor

mariaflor231@gmail.com